sábado, 29 de janeiro de 2011

Carta de amor de Wolfgang Amadeus Mozart II

Carta de amor de Wolfgang Amadeus Mozart para Constanze

"Acabei de recebeu tua preciosa carta e estou encantado por saber que passas bem e estás animada. Madame Leutgeb lavou minha touca de dormir e minha gravata, gostaria que tu as visses! Santo Deus! Insisti com ela: 'Deixe-me mostrar de que modo ela (minha esposa) cuida delas'! Mas de nada adiantou.
Estou muito feliz por teu apetite ser bom, mas quem come muito também tem de defecar muito, quero dizer, caminhar muito. No entanto, eu não gostaria que fizesses caminhadas longas sem mim. Peço que sigas à risca meu conselho, pois ele vem do coração. Adeus, meu amor, meu único amor. Pega no ar os 2.999 beijinhos meus que estão voando por aí, esperando que alguém os capture. Ouve, quero sussurrar algo em teu ouvido _ e tu no meu _ e agora abrimos e fechamos nossas bocas de novo, mais uma vez, e por fim dizemos: 'Trata-se de PlumpStrumpi (pseudônimo utilizado por Mozart em cartas íntimas)'.
Bem, pensa o que quiseres, por isso é tão conveniente. Adeus. Mil beijos carinhosos. Sempre teu
Mozart"

Carta de amor de Wolfgang Amadeus Mozart I

Carta de amor de Wolfgang Amadeus Mozart para Constanze

"Querida esposinha, tenho alguns pedidos a fazer. Rogo-te que:
1) não fique triste,
2) cuides da saúde e tenhas cuidado com as brisas da primavera,
3) não saias para caminhar sem companhia_ e, de preferência, não saias para caminhar de jeito nenhum,
4) fiques absolutamente segura do meu amor. Até o presente não escrevi nenhuma carta para ti sem ter diante de mim teu amado retrato,
5) suplico que tua conduta, além de atentar para tua honra e a minha, também leve em consideração as aparências. Não te zangues comigo por pedir isto. Deves me amar ainda mais por valorizar tanto a tua honra,
6) e, por fim, peço que me mandes mais detalhes em tuas cartas. Gostaria imensamente de saber se nosso cunhado Hofer veio visitar-nos no dia seguinte à minha partida. Ele vem com frequência, conforme prometeu (pergunta). Os Langes nos visitam às vezes (pergunta) O retrato está progredindo (pergunta) Que tipo de vida estás levando (pergunta) Todas essas coisas naturalmente me despertam muito interesse".

W.A.Mozart

Carta de amor de Denis Diderot

Carta de amor de Denis Diderot para Sophie Volland

"Não posso ir embora daqui sem dizer-te algumas palavras. Então, minha querida, tu esperas muito de mim: segundo dizes, tua felicidade, tua própria vida dependem do meu amor eterno!
Não temas, minha querida Sophie; ele perdurará e tu viverás e serás feliz. Até hoje, jamais cometi um crime e não pretendo começar. Sou todo teu _ és tudo para mim; amparar-nos-emos em todas as vicissitudes que o destino decidir nos inflingir; suavizarás minhas dores; eu te confortarei nas tuas. Ah! Quisera sempre poder ver-te tal como tens sido nos últimos tempos! Quanto a mim, precisas admitir que sou exatamente o que era no primeiro dia em que me viste.
Não é mérito meu, mas, para ser justo comigo mesmo, é preciso que te diga isso. Um dos efeitos das boas qualidades é serem percebidas com mais intensidade a cada dia. Fica certa da minha felicidade a tuas qualidades e do valor que lhes atribuo. Nenhuma paixão foi tão amparada pela inteligência quanto a minha. A verdade, minha querida Sophie, é que és adorável! Examina a ti mesma _ vê como mereces ser amada e sabe que te amo muito. Esse é o padrão invariável dos meus sentimentos.
Boa noite, minha querida Sophie. Sou tão feliz quanto um homem pode ser, pois sei que sou amado pela melhor das mulheres".

terça-feira, 18 de janeiro de 2011

Carta de amor de Alexander Pope II

Carta de amor de Alexander Pope para Teresa Blount

"Senhora,
Tenho por ti tão grande estima e tanto da outra coisa que, se eu fosse um homem com qualidades, faria muito por ti, mas do jeito que as coisas são, só sirvo para escrever uma carta cortês ou fazer um bom discurso. Na verdade, se considerarmos com que frequência e franqueza declarei meu amor por ti, fico assombrado (e um tanto ofendido) por não me haveres proibido de escrever-te e não me teres dito diretamente: 'Não me apareça mais'!
Não é suficiente para tua reputação, senhora, que tuas mãos estejam limpas de manchas da tinta empregada para trazer satisfação a um correspondente do sexo masculino. Pobre de mim! Embora teu coração consinta em estimular neste correspondente a dissoluta liberdade de escrever, não és (realmente não és) o que tanto te esforças por me fazer pensar - uma puritana! Sou suficientemente presunçoso para concluir (como a maioria dos homens jovens) que o silêncio de uma boa dama é consentimento, portanto continuo a escrever.
No entanto, para ser tão inocente quanto possível nesta carta, conto-te as novidades. Perguntas-me mil vezes quais são as novas, nas primeiras palavras que me dirigiste, o que alguns interpretariam como um sinal de que não esperas nada dos meus lábios; e na verdade, quando dois apaixonados podem ser tão impertinentes a ponto de perguntar o que o mundo faz, isso não é sinal de que estejam juntos. O que quero dizer é que um de nós não está apaixonado pelo outro. Deixo por tua conta adivinhar qual de nós é essa criatura idiota e insensível, tão cega para a excelência e os encantos do outro.

quinta-feira, 13 de janeiro de 2011

Carta de amor de Alexander Pope I

Carta de amor de Alexander Pope para Martha Blount
"Divinissima,
Constitui prova da minha sinceridade para contigo o fato de escrever após beber como preparação para dizer a verdade; e com certeza uma carta escrita após a meia noite deve estar repleta desse nobre ingrediente. O coração aquecido pelo vinho e por ti deve ter uma abundância de chamas: o vinho desperta e expressa as paixões emboscadas na mente assim como o verniz destaca as cores ocultas em uma pintura, ressaltando toda a sua radiancia natural. Em todas as horas de sobriedade do passado, minhas boas qualidades foram tão congeladas e aprisionadas em uma constituição doentia que me causa muito espanto encontrar em mim tanta virtude, agora que estou embriagado.
Nesses transbordamentos do meu coração, agradeço-te pelas duas cartas graciosas com que me favoreceste nos dias 18 e 24 do mês corrente. A que principia por "Meu encantador sr. Pope!" me trouxe inexprimível prazer; por fim, derrotaste completamente tua irma nessa conquista. Eh verdade que não és bela, visto que és uma mulher que pensa não se-ló, mas a boa vontade e a ternura que nutres por mim tem um encanto irresistível. O rosto que estava adornado por sorrisos mesmo quando não pode assistir a coroação (de George I, em setembro de 1714) só pode ser cativante. Imagino que não vãs exibir esta carta por vaidade, como tenho certeza que tua Irma faz com tudo que lhe escrevo.

sábado, 8 de janeiro de 2011

Carta de amor de George Farquhar

Carta de amor de George Farquhar para Anne Oldfield
"Eu vim, vi e fui vencido; nenhum homem teve tanto a dizer, mas não posso dizer nada. Onde os outros vão salvar suas almas, perdi a minha; porém espero que ela tenha sido recebida por aquela divindade cujo nome expressa com justiça suas ações. Mas vou tentar conter por um momento minhas expressões de êxtase e falar com calma...
Senhora, no mundo, só tua beleza pode ser mais encantadora que teu espirito: depois disso, se eu dissesse que te amo e pensasse de outra forma, seria declarado um vilão; se alguém me considerasse um dos dois, eu ficaria ressentido; e se pensares que sou um dos dois, partiras meu coração.
Já me conheces bastante, senhora, para ter por mim estima ou aversão. Teu bom-senso eh superior ao do teu gênero, portanto deixa que teu comportamento faca o mesmo e diz- me claramente o que posso esperar. Se eu fosse pedir conselho a meus méritos, minha humildade afastaria qualquer sombra de esperança, mas depois de ver um rosto cuja composição eh um sorriso de benevolencias, por que eu deveria ser tão injusto a ponto de suspeitar- te de crueldade? Deixa-me viver em Londres e ser feliz ou voltar para meu deserto para controlar a vaidade que me trouxe de lá. Mas deixa que te implore ouvir minha sentença de teus próprios lábios, para que eu possa escutar- te falar e ver-te olhar-me ao mesmo tempo; então, que eu seja infeliz, se isso for possível.
Se não eras a dama de luto sentada a minha direita na igreja, então, podes ir para o inferno, pois estou certo de que és uma bruxa.

sexta-feira, 7 de janeiro de 2011

Carta de amor de Richard Steele

Carta de amor de Richard Steele para Mary Scurlock

"Senhora,
Que linguagem devo usar para comunicar a adorável bela os sentimentos de um coração que ela se compraz em torturar? Longe de ti, não tenho um minuto de tranqüilidade; quando estou contigo, tu me tratas com tanta indiferença que permaneço num estado de alheamento, agravado pela visão dos encantos de que não posso me aproximar. Em suma, eh preciso que me des um leque, uma mascara ou uma luva que tenhas usado, caso contrário não poderei viver; ou então, deves esperar que eu beije tua mão ou roube teu lenço quando me sentar junto a ti. És uma dadiva grande demais para ser conquistada de imediato, portanto devo ser preparado aos poucos para que esse presente precioso não me deixe louco de alegria.
Cara senhorita Scurlock, estou cansado de chamar-te por esse nome, portanto, diga-me em que dia, senhora, receberas o nome deste que eh teu servo mais obediente, devotado e humilde,
Rich. Steele