sábado, 8 de janeiro de 2011

Carta de amor de George Farquhar

Carta de amor de George Farquhar para Anne Oldfield
"Eu vim, vi e fui vencido; nenhum homem teve tanto a dizer, mas não posso dizer nada. Onde os outros vão salvar suas almas, perdi a minha; porém espero que ela tenha sido recebida por aquela divindade cujo nome expressa com justiça suas ações. Mas vou tentar conter por um momento minhas expressões de êxtase e falar com calma...
Senhora, no mundo, só tua beleza pode ser mais encantadora que teu espirito: depois disso, se eu dissesse que te amo e pensasse de outra forma, seria declarado um vilão; se alguém me considerasse um dos dois, eu ficaria ressentido; e se pensares que sou um dos dois, partiras meu coração.
Já me conheces bastante, senhora, para ter por mim estima ou aversão. Teu bom-senso eh superior ao do teu gênero, portanto deixa que teu comportamento faca o mesmo e diz- me claramente o que posso esperar. Se eu fosse pedir conselho a meus méritos, minha humildade afastaria qualquer sombra de esperança, mas depois de ver um rosto cuja composição eh um sorriso de benevolencias, por que eu deveria ser tão injusto a ponto de suspeitar- te de crueldade? Deixa-me viver em Londres e ser feliz ou voltar para meu deserto para controlar a vaidade que me trouxe de lá. Mas deixa que te implore ouvir minha sentença de teus próprios lábios, para que eu possa escutar- te falar e ver-te olhar-me ao mesmo tempo; então, que eu seja infeliz, se isso for possível.
Se não eras a dama de luto sentada a minha direita na igreja, então, podes ir para o inferno, pois estou certo de que és uma bruxa.

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